quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O seu descontentamento era de tal ordem que visionava idas ao supermercado onde seria ele próprio a elaborar a lista de compras, vestindo um ridículo fato de treino azul-escuro e onde seria ele a ajeitar os testículos disfarçadamente enquanto procurava o telemóvel ou tirava a carteira para pagar todos aqueles sortidos caríssimos de marcas estrangeiras, prontos a tirar qualquer cão, ou cadela, do sério.



Ainda na sua visão de ida às compras, regozijava-se por ter deixado os seus donos fechados no carro apenas com uma pequena fresta de ar para poder respirar, enquanto outros cães passavam e se metiam com eles, fazendo figuras de perfeitos anormais.


O regresso a casa, isso sim, seria a vitória absoluta, onde entre o cheiro de pequenos brindes gustativos que lhes provocariam algo próximo da demência, os humanos seriam trancados na mala do automóvel, sem apelo nem agravo.

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