quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Quando se levantava, e emergia dos seus belos sonhos de conquista, nem que fosse a altas horas da madrugada para chatear os seus donos e invadir-lhes o seu território mais privado, o seu quarto, reflectia no facto de se chamar Belchior.


Invariavelmente, olhava-se aos espelhos disponíveis na casa, onde se lambia e penteava, como os vidros que dão acesso à marquise e nas pequenas vidraças das portas da sala, para ele sempre fechadas a não ser que estivesse sob vigilância, outro ponto no seu manifesto que queria alterar, e orgulhava-se do seu porte e fazia dele motivo de inveja para com os rafeiros solitários da rua, embora os auxiliasse nas suas questões principais de sobrevivência, designadamente nos problemas sindicais relativos à partilha dos, anteriormente referidos, contentores do lixo, aos locais mais sujos onde urinar e defecar e, sobretudo, que traseiras de supermercado partilhar, mormente, quando estava em questão a constante invasão de território pelos vizinhos sem vacinas de ruas adjacentes.

2 comentários:

  1. o Belchior é vaidoso... faz ele bem :-) Tem que se unir ao Sindicato dos Belos...

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  2. Aspira a secretário-geral desse e de outros sindicatos e movimentos onde não se trabalhe muito e se tenha muitas benesses...

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